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Como estabelecer um Preço pela Empresa? – Parte 2

Como estabelecer um Preço pela Empresa? – Parte 2

Na primeira parte desse material falamos sobre o preço pela empresa, relacionamos o tema ao Valor de Mercado dos Ativos, Valor de Liquidação e a diferença entre ambos. Dessa vez, a abordagem será sobre o Valor de Reposição e o Valor do Patrimônio Líquido.

Se tiver dúvidas ou precisar de mais esclarecimentos sobre qualquer um dos tópicos abordados neste artigo, entre em contato por meio do formulário no site que atenderemos com enorme prazer. Boa leitura!

Preço pela Empresa x Valor de Reposição

O valor de reposição é a soma dos recursos financeiros que seriam necessários para constituir uma empresa nova, idêntica à existente (excluem-se, entretanto, o valor dos ativos intangíveis como marcas estabelecidas, carteiras de clientes, reputação da empresa etc.). É o valor pelo qual podem ser adquiridos os ativos de uma empresa, mais os custos de pô-los em efetivo funcionamento.

O valor de reposição é um atrator do preço pela empresa em funcionamento. Se as empresas de um dada indústria estiverem indo muito bem, haverá a entrada de novos concorrentes (isto é mais rápido quando as barreiras de entrada são mais fracas) que diminuirão as margens de todos os competidores.

Quando isto acontece o valor de uma empresa pelo método do fluxo de caixa descontado começa a se aproximar do valor de reposição. Assim sendo, em avaliações por FCD deve-se evitar a presunção da continuidade indefinida da capacidade de geração de caixa.

Em geral, a dinâmica das regras de mercado faz que os concorrentes limitem os ganhos das empresas e forçam os fluxos de caixa a apresentarem apenas uma remuneração adequada ao valor de reposição. Isto faz que o valor de reposição seja uma das formas a ser considerada para se calcular o valor residual das empresas.

Preço pela Empresa x Valor do Patrimônio Líquido (ou Book Value)

O valor do patrimônio líquido de uma empresa é obtido a partir dos registros contábeis e é um valor conhecido e fácil de ser identificado (necessitando apenas da checagem do valor no Balanço Patrimonial da empresa).

Porém, devido as diferentes formas de contabilização de diversas contas patrimoniais e de resultados (métodos de depreciação dos ativos permanentes, sistemas de amortização, existência de correção monetária ou não e o índice aplicado, mudanças na legislação etc.), o patrimônio líquido de duas empresas estabelecidas na mesma data, com os mesmos investimentos realizados e resultados obtidos, pode apresentar diferentes valores, induzindo a erros de interpretação.

Apesar do valor contábil de um ativo ser perfeitamente conhecido quando este é adquirido, e neste momento o valor contábil é igual ao valor econômico, com o passar do tempo, este valor vai ficando cada vez mais irrelevante e vai se distanciando do valor econômico. Em países com taxas de inflação altas fica claro que este método é muito fraco para determinação do valor de uma empresa ou dos ativos desta.

Outra fraqueza deste método é que os valores dos ativos e passivos são baseados em seus custos históricos, não levando em conta fatores como inflação, obsolescência, depreciação, mudanças tecnológicas e condições mercadológicas.

Em alguns casos (micro e pequenas empresas), a empresa a ser avaliada não possui Balanço Patrimonial. Neste caso, a solução é apurar o “Balanço Perguntado”, através da obtenção dos principais itens de um balanço patrimonial, obtendo-se o valor do patrimônio líquido pela diferença entre o valor dos ativos e o dos passivos.

Outro aspecto a ser considerado é que muitas empresas não contabilizam 100% de suas operações, resultando em demonstrações financeiras irreais. A solução para este problema é trabalhar com demonstrações financeiras gerenciais, tentando apurar o “Balanço Patrimonial Real”, ou pelo menos um balanço patrimonial que represente da melhor forma possível a realidade da empresa.

Normalmente o valor de mercado de uma empresa é maior que o valor patrimonial. Entretanto um caso às avessas ocorreu com algumas empresas de call center no Brasil em 1998 quando ocorreu a desregulamentação do sistema de telecomunicações no Brasil e a privatização de grande parte das companhias telefônicas.

Até esta data, a demanda por linhas telefônicas era muito maior que a oferta, resultado em valores estratosféricos para tais. Nesta época, linhas telefônicas eram investimentos, e chegaram a valer US$ 8.000.

Com a maturação dos investimentos realizados pelas companhias telefônicas feitos após o processo de privatização destas empresas, o número de linhas telefônicas disparou e a linha da oferta superou a da demanda. Resultado: os preços desabaram para menos de R$ 50,00. Assim, as linhas telefônicas das empresas apresentaram valores contábeis maiores que os valores dos ativos. (UP-TO-DATE nº 402 – Cavalcante e Associados)

Essa foi a parte 2 de uma série de quatro artigos sobre como estabelecer um preço pela empresa. A primeira parte você pode conferir neste link. continue navegando em nosso site e conheça os serviços que disponibilizamos a você!

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